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História da informática e da Internet: Início



 | Al-KhwarizmiFibonacci, L. | Gutenberg, J.  | Pingala  | Sacrobosco, J. |

| Ábaco | Contagem | máquina de Anticitera | Número zero | Números Egípcios | Números Romanos |

| Sistema posicional decimal |


Contagem


Se a definição de computador fosse procurada em um dicionário até recentemente poderíamos encontrar algo semelhante a:


Ou seja, os computadores estiveram, por muito tempo, associados apenas ao ato de efetuar cálculos.

Portanto, quando se pensa na história da Informática deve-se retroceder também à história da matemática e ao ato de calcular.

Quanto mais retrocedermos na história, menor é a presença dos números.

Inicialmente, provavelmente o homem usou apenas seus próprios dedos para o ato de calcular, o que originou o sistema de numeração decimal e os termos dígito e digital. Para auxiliar, logo começaram a ser utilizados pedras, gravetos, contas ou marcas.

Aparentemente, o homem primitivo não necessitava contar, pois retirava da natureza o que necessitava para a sobrevivência. Os números e o processo de contagem devem ter sido inventados com o desenvolvimento de atividades como a agricultura e o pastoreio, quando o homem foi deixando de ser apenas coletor e pescador e passou a se fixar.

A partir do momento em que o homem pré-histórico deixou de ser nômade tendo passado a construir abrigos e a habitar aldeias, começou a produzir alimentos, domesticar animais. Então, foi preciso delimitar as épocas de plantio e colheita, ou seja, era necessário ter um método para a contagem do tempo e dos alimentos e também contar para conseguir controlar a posse de animais, no pastoreio.

Portanto, foi necessário estabelecer:

a sequência dos números e
uma maneira de representá-los.

É fácil imaginar que o processo de contagem pode ter começado com a correspondência unidade a unidade, em que, por exemplo, cada animal corresponderia a uma pedrinha que era armazenada em algum recipiente. Aliás, a palavra cálculo, que usamos hoje, é derivada da palavra latina "calculus", que significa pedrinha.

Entretanto, quanto maior fosse o número a sua representação ficava muito difícil. Por exemplo, para representar o número 100 seria necessário desenhar cem símbolos.

E, praticamente, não havia possibilidade de efetuar cálculos com tal sistema. 


Ábaco


(ano ?) - O ábaco é um antigo instrumento de cálculo que pode ser considerado como uma extensão do ato natural de se contar nos dedos.

É importante notar que lidar com algo tão abstrato como números sempre foi considerada uma tarefa árdua, portanto não é de estranhar que haja registros de existência de ábacos há muito tempo atrás, mais de 5.500 anos, se bem que não se sabe ao certo em que época surgiu, Entretanto, com certeza, foi desenvolvido, independentemente, em diferentes locais, como a China e a Mesopotâmia.






Foto: Ábaco escolar Foto: Ábaco russo

Foto: Ábaco escolar
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a0/Kugleramme.jpg/150px-Kugleramme.jpg (acessado em 11/11/2009)

Foto: Ábaco russo
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7a/Schoty_abacus.jpg/180px-Schoty_abacus.jpg (acessado em 11/11/2009)

 
Assim, o ábaco é uma calculadora decimal e manual, que consiste em uma moldura retangular com cordas ou arames transversais, que correspondem a posições digitais (unidades, dezenas, centenas,…), em que ficam os elementos que são contados (contas, bolas, fichas, …), os quais podem ser deslizados livremente. No final, de acordo com o número de elementos, há um valor representado.


Tipos de ábaco


Existiram várias formas de ábacos, idealizados por diferentes culturas. Seu uso só foi diminuindo, sobretudo na Europa, após o aumento da utilização de papel e caneta. Mas, em muitos locais, é usado ainda hoje para ensinar as operações de somar e subtrair às crianças.


Russo: era o mais simples, contendo apenas 10 contas. Bastava contá-las para obter suas quantidades numéricas.

Chinês: Exibia 2 conjuntos de contas por fio, contendo 5 contas no conjunto das unidades e 2 contas que representavam 5 unidades. Era denominado suánpan, que significa bandeja de calcular.

Japonês: O ábaco japonês simplificado chamado Soroban é o mais conhecido e é ainda hoje utilizado. Tem 5 contas por fio, agrupadas em 4x1.

Foto: Ábaco japonês Foto: Ábaco chinês

Foto: Ábaco japonês
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/72/Soroban.JPG/400px-Soroban.JPG (acessado em 11/11/2009)

Foto: Ábaco chinês
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/Abacus_6.png (acessado em 11/11/2009)


Vários povos na antiguidade, inclusive os gregos e os romanos, usavam o ábaco para calcular.

Os romanos tinham um ábaco com bolinhas de mármore que deslizavam numa placa de bronze cheia de fendas. Alguns termos matemáticos apareceram então, pois, em latim “Calx" significa mármore, "Calculus" era uma das bolinhas do do ábaco, e "efetuar cálculos aritméticos" era "Calculare”.  


Números egípcios


Civilizações como a egípcia e a babilônica, anotavam os primeiros nove números inteiros pela repetição de traços verticais:

| || ||| |||| ||||| |||||| ||||||| |||||||| |||||||||
1 2 3 4 5 6 7 8 9

Entre os egípcios, quando chegavam a 10, trocavam as dez marcas por um símbolo novo, semelhante a  , e continuavam até o 19: Assim:

10 11
| 12
|| ...
... 19
|||||||||

O 20 era representado por . E continuavam: 30: , 40: ... 90:

Para registrar o número 100, adotaram outro símbolo novo:
Continuavam representando os números e, para registrar 1000, dez marcas de 100 eram trocadas por outro símbolo novo:



Vídeo: Números Egipcios
http://www.youtube.com/watch?v=QEwdQbwhgu4 (acessado em 01/03/2015)
El sistema numérico del antiguo Egipto.  


Portanto, os números são escritos somando-se os valores das letras. Exemplo:

8 39
243 1617
 I I I I I I | I   I I I I | | | | I I I I I I | | | I  

1+1+1+1+1+1+1+1+1

1 +10+10+1+1+1+1+1+1+1+1+1 

100+100+10+10+10+10+1+1+1

1000+100+100+100+100+100+100+10+1+1+1+1+1+1+1

Acima sempre foram colocados à esquerda os símbolos referentes a números maiores, mas o sistema não é posicional, ou seja, não é necessário ter uma ordem entre os símbolos, pois eles são simplesmente somados. 

E continuava sendo um problema a representação de grandes quantidades, pois, conforme mais aumenta o número, é claro que esse método implica em usar cada vez mais símbolos novos.

Havia também símbolos diferentes para os números 10.000, 100.000 e 1.000.000. Ou seja, como não existiam o conceito e a representação do número zero, a cada multiplicação por 10 havia necessidade de um símbolo novo.   


Números Romanos


(?) 1700 a. C. - No oriente médio, próximo à Babilônia, foram encontradas tábuas de argila contendo tabuadas de multiplicação e recíprocos. Utilizavam o sistema sexagesimal (base 60) que, aparentemente, deram origem às atuais unidades de tempo.

(?) 800 a. C. - O sistema de numeração romano melhorou bastante a representação das grandes quantidades. Esse sistema usava letras para representar os números:


I V X L C D M IV X L C D
1 5 10 50 100 500 1.000 4.000 10.000 50.000 100.000 500.000

Para escrever um número as letras devem situar-se na ordem de maior valor para a de menor valor.

E não se pode escrever mais de três símbolos iguais e juntos em qualquer número. Ou seja, para não repetir 4 vezes um mesmo símbolo, os romanos utilizavam subtração. Se as letras I, X ou C estão antes de um V, um L, ou um D, subtrai-se o seu valor das letras seguintes.

Os números são escritos somando-se os valores das letras. Exemplo:

8 39
243 1617
V I | I X X X I X C C X L | | |  M D C X V I I
5+1+1+1 10+10+10+10-1 100+100+50-10+1+1+1 1000+500+100+10+5+1+1


Para escrever 4.000 ou números maiores que ele, os romanos usavam um traço horizontal sobre as letras que representavam esses números. Um traço multiplicava o número representado abaixo dele por 1.000.

Por exemplo, um D correspondia ao valor 500.000 ( 500 x 1.000 ). Dois traços sobre o M davam-lhe o valor de 1 milhão.

É importante notar que o sistema passou a ser posicional, e os números não são simplesmente somados.

Por exempo: 40 = XL e 60 = LX.

Entretanto, ainda era difícil efetuar cálculos com este sistema. Exemplo: Sem converter para o sistema decimal, experimente somar XXXIV com XVII. ( O resultado é XLI ).

Uma pergunta se torna importante:

Por que é mais fácil somar 34 com 17 do que XXXIV com XVII?

Porque 34 e 17 tem um número meor de símbolos. São mais fáceis de representar e compreender. E, como ambos são dezenas os dois só tem 2 dígitos cada .

É importante notar que no sistema decimal ao colocar o 34 "em cima" do 17, os algarismos que representam as unidades, dezenas, centenas, ... ficam uns sobre os outros, já que estão sempre na mesma posição.

Isso facilita as coisas na hora de somar. Ou seja, o valor representado pelos algarismos depende de sua posição: é uma unidade? uma dezena? uma centena?...

(?) 300 a. C. - O matemático indiano Pingala descreveu um sistema de numeração binário, mas utilizando sílabas longas e curtas. Entretanto, já conseguia representar qualquer número, letra ou imagem.

(?) 100 a. C. - Anticítera é o nome de uma pequena ilha ao sul da Grécia, localizada entre as ilhas de Citera e Creta.

Em 1900 foi descoberto em seu litoral um equipamento que foi chamado de Máquina de Anticítera, que alguns acreditam ser o mais antigo computador mecânico da História.



Foto: Máquina de Anticitera
Esquema: Máquina de Anticitera

Foto: Máquina de Antiçitera
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/66/NAMA_Machine_d%27Anticyth%C3%A8re_1.jpg/300px-NAMA_Machine_d%27Anticyth%C3%A8re_1.jpg (acessado em 5/06/2011)

Esquema: Máquina de Antiçitera
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0d/Meccanismo_di_Antikytera.jpg (acessado em 5/06/2011)


Aparentemente, a Máquina de Anticítera era um arranjo de pelo menos trinta engrenagens dispostascuidadosamente em uma pequena caixa, com mostradores graduados de forma comparável a um relógio científico moderno.

Curioso é notar que mecanismos com grau de sofisticação similar só viriam a surgir depois do século XIII. Portanto, é muito curioso encontrar esse instrumento e que sua datação corresponda a uma época anterior a Cristo.

O dispositivo seria uma espécie de simulador, capaz de indicar posições do Sol e da Lua em qualquer data, bastando girar uma manivela. Este giro poderia até ser automatizado, representando o céu junto com um relógio de água.



Vídeo: Virtual Reconstruction of the Antikythera Mechanism (by M. Wright & M. Vicentini)
http://www.youtube.com/watch?v=MqhuAnySPZ0 (acessado novamente em 1/10:2011)
Virtual model of the (still) mysterious Antikythera Mechanism by Mogi Vicentini based on the theoretical and mechanical model by Michael Wright.


Muitos estudos já foram feitos, mas ainda há grandes dúvidas sobre sua utilização, que pode ter sido mais astrológica que astronômica.


Número zero


(?) - Apesar da invenção do zero ser atribuída aos hindus, há indícios de que já era usado um símbolo para significar o "nada" na fase final da civilização babilônia.

Outra característica do sistema hindu, a base 10, também era mais antiga, tendo sido usada pelos egípcios e chineses.

E, ainda, o princípio posicional surgiu antes, no sistema numérico dos babilônios. Portanto, um grande mérito dos hindus foi ter conseguido reunir estas características em um mesmo sistema numérico.

(?) 830 - Nesse ano já havia um símbolo para o valor zero, o zero escrito, o que permitiu que se efetuasse a aritmética decimal, possibilitando a "era do papel e lápis". 

Então, Abu-Abdula Mohamed ibn-Musa Al-Khwarizmi, um estudioso persa, considerado um dos fundadores da Álgebra, aprendeu e desenvolveu o cálculo, ao estilo indiano em Brahmagupta.

No trabalho "Kitab al-Jabr wa-l-Muqabala" apresentou a primeira solução sistemática das equações lineares e quadráticas.

Al-Khwarizmi escreveu um livro sobre aritmética, intitulado "al arqan al hindu" (algo como "O livro da adição e sustração segundo o cálculo indiano"), em que divulgou as técnicas básicas de cálculo e do sistema posicional decimal, no qual
a base é 10 e utiliza-se os algarismos de 0 a 9
um mesmo símbolo pode assumir valores diferentes dependendo de sua posição 

Assim, um número posicional é calculado no princípio multiplicativo, pois cada algarismo representa o produto de si próprio pelo valor de sua posição, ou seja a casa que ocupa: unidade, dezena, centena, milhar...

Exemplo: No número 128, 1 significa 1x100,  2  = 2x10  e  8  = 8 x1  = 100 + 20 + 8

Convém ressaltar que já havia outros sistemas posicionais, por exemplo o binário ou de base 2, que tem como algarismos os números 0 e 1. E o hexadecimal, que possui base 16 e utiliza os dígitos de 0 a 9 e, também,  as letras de A a F. O sistema numeral babilônico era o sexagesimal (base 60),

Mas foi o sistema posicional decimal que os árabes escolheram e divulgaram, como fizeram com muitas obras do passado, recolhidas das culturas grega, babilônica e hindu e lhes acrescentaram sua contribuição. Essa combinação do rigor teórico dos gregos e do aspecto prático dos hindus permitiu progressos em vários campos da ciência.

Dos nomes indus sunya, pujyam e subra, utilizados no livro de Brahmagupta, Al-Khwarizmi adotou "subra" para denominar o zero. A grafia passou para siphra ou sifr (árabe) e cifra. Daí surgiu o latino "zephirum" de que derivou o termo moderno zero.

O próprio nome do matemático acabou se transformando em "algarismo", que hoje utiliza-se para denominar os símbolos usados para representar números. Também desse radical deriva a palavra "algoritmo", usada em computação.

No século XII, traduções para o latim da obra de Al-Khwarizmi sobre numerais indianos apresentaram a notação posicional decimal para o Ocidente. 


1000 d.C.


(?) 1202 - Leonardo Fibonacci (ou Leonardo Pisano Bogollo ou Leonardo de Pisa ou Leonardo Pisano ou Leonardo Bonacci) foi um matemático italiano, que viveu em Pisa provavelmente entre 1170 a 1250, uma época em que o norte da África e parte da Europa, inclusive a península ibérica, estavam sob domínio árabe.

É interessante perceber que em Pisa, ainda influenciada pelo império romano, usava-se os “algarismos romanos”. Mas, no norte da África era utilizado o "método dos hindus", a notação trazida da Índia pelos árabes, que hoje conhecemos como "algarismos arábicos", dentro do sistema numérico posicional de base dez, o sistema decimal.

Fibonacci percebeu que a notação numérica usada pelos árabes era muito mais simples e que o uso do sistema numérico posicional era bem mais fácil que o dos romanos.

Após aprender a calcular no sistema indiano, em viagens pela África islâmica e Europa mediterrânea, publicou um livro, "Liber abaci" (Livro do Ábaco ou Livro de Cálculo), em 1202 , aos 32 anos. Essa obra, que incluía a tradução latina da aritmética de Al-Khwarizmi, introduziu o sistema de algarismos indo-arábicos no mundo cristão europeu e esclareceu o sistema posicional árabe dos números, pois,

descreve as notações numéricas utilizadas pelos hindus, inclusive o número zero (zephirum em árabe),
explica como utilizar os algarismos hindús-arábicos nas operações de adição, subtração, multiplicação e divisão,
estabelece uma ligação entre aritmética e geometria,
descreve processos algoritmicos ou aritméticos comuns, tais como a extração de raizes, e
aprofundou problemas sobre transações comerciais, usando um complicado sistema de frações para calcular câmbios de moedas.

Paralelamente, Leonardo estudou a famosa "sequência de Fibonacci", que consiste em uma sucessão de números, iniciando com 0 e 1, sendo os números seguintes obtidos por meio da soma dos seus dois antecessores.

Portanto, os números da sequência são: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89 … cuja representação gráfica é uma espiral.

Da sequência se extrai a "proporção áurea", um número envolvido com a natureza do crescimento, que é encontrado por toda a natureza.



Imagem: Divisão em média e extrema razão 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c3/Divisao-em-media-e-extrema-razao.jpg/650px-Divisao-em-media-e-extrema-razao.jpg  (acessado novamente em 28/11/2013) 

Assim, a partir de um segmento de 10 unidades, determina-se a sua seção áurea multiplicando-o por 0,618 (média). Para encontrar-se um segmento maior, em extrema razão, deve-se multiplicar as dez unidades iniciais por 1,618.

A proporção áurea, número de ouro, número áureo ou proporção áurea é uma constante real algébrica irracional, simbolizada pela letra grega PHI, em homenagem ao escultor Phideas (Fídias), que a teria usado para conceber o Parthenon. 


Vídeo: Nature by Numbers
http://www.youtube.com/watch?v=kkGeOWYOFoA (acessado novamente em 22/03:2010)
(A movie inspired on numbers, geometry and nature, by Cristóbal Vila. Go to www.etereaestudios.com for more info: theory behind, stills, screenshots, tutorials and workshops.)


(?) 1250 - John de Holywood (ou Johannes de Sacrobosco), baseado em Al-Khwarizmi e em Fibonacci, escreveu "De Algorismo" ou "Algorismus vulgaris".

Nesse livro discutia o cálculo com números inteiros positivos. Com 11 capítulos, havia temas como adição, subtração, multiplicação, divisão, raízes quadradas e raízes cúbicas.

A obra acabou se tornando o texto sobre matemática mais comum nas universidades medievais, divulgando definitivamente o sistema posicional decimal e suas técnicas de cálculo na comunidade científica da época.

Entretanto, a adoção do sistema pelos comerciantes e pela população foi lenta. A maioria das pessoas continuou a usar os numerais romanos e o cálculo com ábacos por vários séculos. Assim surgiu o termo "decifrar", ou seja, "traduzir" para o sistema romano os números escritos no sistema indiano.


(?) 1405 - Uma máquina impressora de textos, a partir de tipos móveis surgiu na China.


(?) 1440 - A primeira fonte foi projetada pelo ourives Johannes Gutenberg, que desenvolveu um sistema de impressão completo.

Baseando-se em pequenas peças de madeira ou metal com relevos de letras e símbolos inventadas pelos chineses, chamadas de tipos móveis, ele construiu uma prensa de tipos móveis, que é um equipamento usado para imprimir textos e figuras, pressionando os tipos mergulhados em tinta à base de óleo, e transferindo essa tinta para uma superfície de impressão, um papel ou um tecido. Ou seja, o processo era algo semelhante a carimbar, e abria a possibilidade de produzir várias cópias.

Entretanto, os tipos chineses não eram reutilizáveis. A reutilização dos tipos, para compor diferentes textos, foi proposta por Gutenberg. A ideia se mostrou eficiente e é usada até a época atual.



Tipos móveis justapostos Prensa de tipos móveis de 1811, exposta em Munique

Foto: Tipos móveis justapostos
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5e/Metal_movable_text.jpg/220px-Metal_movable_text.jpg
(acessado em 10/07/2013)

Foto: Prensa de tipos móveis de 1811, exposta em Munique
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/17/Handtiegelpresse_von_1811.jpg/200px-Handtiegelpresse_von_1811.jpg (acessado em 10/07/2013)

A montagem de alguns impressos poderia demorar dias, mas a mecanização permitiu o aumento no volume da publicações, pois possibilitava a impressão em série. Era um processo proto-industrial de produção de impressos muito mais eficiente e confiável do que a cópia de manuscritos feita por copistas.

Assim, houve um grande aumento da produção de páginas escritas, pois uma prensa móvel podia produzir 3.600 páginas por dia, enquanto um escrivão, copiando manualmente, chegava a cerca de 40. Ficou possível produzir livros em grande quantidade, o que deu início à era da comunicação de massa.

Ficou possível a economia baseada no conhecimento e começou a disseminação da aprendizagem da leitura e escrita para pessoas pertencentes a diferentes classes sociais.

O aumento da alfabetização e literacia quebrou o monopólio da elite letrada sobre a educação e aprendizagem, e reforçou a emergente classe média. Começaram a florescer línguas nativas, em detrimento do latim, que era amplamente usado.

Nos anos seguintes a maior circulação de informação e de ideias revolucionárias ultrapassou fronteiras, estimulou a Reforma Protestante e ameaçou o poder de autoridades políticas e religiosas.



Vídeo: iimprenta de Gutenberg - Tipos Moviles
Vídeo
: https://www.youtube.com/watch?v=iW2PNP_yGIM (acessado novamente em 07/10/2017)
(De cómo se descubrió la imprenta y el proceso de impresión con tipos móviles y la prensa de vinos inventada por Johann Gutemberg.)


É importante lembrar que a liberdade presume um acesso irrestrito à informação. Possibilitar tal acesso, por meio de muitas cópias de livros foi uma das bases da disseminação de sistemas democráticos em diversos países.

Portanto, a invenção e a difusão da prensa tipográfica de tipos móveis é considerada como o acontecimento mais influente do segundo milênio DC, pois revolucionou a maneira como as pessoas concebem e descrevem o mundo.

Posteriormente, novas fontes foram criadas como se pode ver clicando na figura seguinte.

 


Imagem: A History of Western Typefaces [INFOGRAPHIC]
http://mashable.com/2011/12/08/typeface-font-history-infographic/ (acessado novamente em 28/11/2013)


A substituição da imprensa operada manualmente, ao estilo de Gutenberg, por prensas rotativas permitiu a impressão em escala industrial, no início do século XIX, quando prensas giratórias a vapor substituíram a operação manual, fazendo o mesmo trabalho em muito menos tempo.

Outras invenções se seguiram:

o linotipo, que possibilitou a composição mecânica dos caracteres,

já no século XX surgiu a fotocomposição que consiste na preparação dos caracteres sobre papel vegetal ou filme fotossensível, que origina as chapas para a impressão,

finalmente, na segunda metade do século XX, apareceu a composição controlada por computador, por meio de montagens virtuais, que resultam em uma chapa para impressão,

e, no início do século XXI, surgiu a impressão digital, que elimina a etapa das montagens em filme e também as chapas de alumínio, Ou seja, a impressão é feita diretamente a partir do computador.

(Se desejar saber mais sobre fontes clicar aqui)


Onde encontrar mais informação

Referências Bibliográficas - Vídeos - Imagens

Primeiros jogos digitais - Unix, Software Livre, Linux 

-

Alguns infográficos sobre prensas tipográficas e fontes:


Fontes ocidentais - história
http://faconti.tumblr.com/post/13937068230

História da tipografia
http://faconti.tumblr.com/post/18022934967

História da Tipografia - 2
http://faconti.tumblr.com/post/30674148949

O que é tipografia
http://faconti.tumblr.com/post/29135699367

Engraçado:

Fontes e cães - remix
http://faconti.tumblr.com/post/24610960778



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Última alteração: 08 jul 2018