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Histórico, Definição, Importância

Sobre livre e grátis

Software Livre - o início

Software livre e Open Source

Software proprietário - a relação de poder

Vantagens do mundo livre


Software Livre - o início


O programador Richard Matthew Stallman trabalhava no laboratório de inteligência artificial do MIT ("Instituto de Tecnologia de Massachusetts") desde 1971, quando os profissionais trabalhavam em conjunto, sempre trocando ideias e programas.


Foto: Richard Matthew Stallman - Imagem retirada daqui.  (acessado em 03/03/2011)


Entretanto, no início dos anos 80 quase todos os programas existentes passaram a ser privativos (proprietários), ou seja, o conceito de propriedade invadiu a área de tecnologia.

E, o que é pior, confundiu a propriedade de coisas abstratas com coisas concretas.

Para saber por que é pior, antes de continuar, é muito importante ler o item
"Propriedade privada e propriedade intelectual" in
"Afinal, o que é o cibercrime?"
http://www.dicas-l.com.br/interessa/interessa_20080814.php -

Evidentemente, a partir de então, o novo conceito determinava o fim da cooperação que sempre havia exisitido entre a comunidade de programadores.

No vídeo a seguir, Stallman descreve como a utilização de programas não livres faz com que as empresas possam controlar  seus usuários e, também, diz o que nós, usuários, podemos fazer para recuperar o controle.


Vídeo: Palestra de Richard Stallman no TEDx Geneva 2014
https://www.youtube.com/watch?v=deiZ7v6g0hg (acessado em 29/08/2014)
legendada em português por Bruno Buys - (topo)



Software proprietário - a relação de poder


Quando se fala em propriedade de software uma boa pergunta é:


"Quando compro um programa eu sou o proprietário?"




Quadrinhos: Software Proprietário 
Retirado de  http://vidadeprogramador.com.br/2011/04/09/software-proprietario/ (acessado em 12/04/2011) (topo)


Stallman abandonou seu emprego ao constatar que direitos autorais negavam acesso ao código fonte dos programas (para impedir cópias não autorizadas) e também restringiam atividades que os programadores sempre haviam usufruído, antes do mundo da informática dedicado ao software ser dominado por grandes empresas:

executar os programas sem qualquer restrição,

conhecer profundamente, estudar esses programas,

conseguir modificar tais programas e

distribuir cópias desses programas, na forma original ou modificada, para os amigos e para a comunidade.

Assim, podemos concluir que Software Livre trata de liberdade.

Mas, liberdade para quem?

Para todo e qualquer usuário. 

É importante notar que quanto mais usamos um programa, vamos criando arquivos e mais dependente fica mos do programa, pois, se desejarmos substituí-lo, teremos que, além de aprender a usar um novo programa, converter todos os arquivos existentes.

Assim, maior se torna o custo de substituição, o que reforça dependência.

Por exemplo, imagine alguém que publicou um artigo por semana em um jornal. E que foi mantendo todos os arquivos criados em um programa editor de texto, pois sempre os consulta e utiliza.

Entretanto, subitamente, esse programa muda de versão.

Apartir daí, os arquivos criados não sejam mais abertos, sob a nova versão do programa.

O que aconteceria?

O autor não teria mais acesso a seus próprios textos? Como poderia continuar seus estudos, seu trabalho? 

Portanto, percebe-se que há uma relação de poder entre o usuário e o fornecedor de software.

É importante notar que, quanto mais utiliza um programa, mais a pessoa fica dependente daquele sistema e daquele programa.

E que o usuário pode até ser criminalizado se decidir romper com esta relação, devido às leis sobre propriedade intelectual.

Então, Stallman iniciou um movimento para produzir um sistema operacional e programas que

Em 27 se setembro de 1983, utilizando um e-mail, Stallman anunciou o Projeto GNU "Gnu is not Unix", e começou a escrever o sistema pelos programas utilitários.

Anúncio original, traduzido, do Projeto GNU, postado por Richard Stallman.

Unix Livre!
https://www.gnu.org/gnu/initial-announcement.pt-br.html -

Assim, em janeiro 1984, parou seu trabalho no MIT para trabalhar em tempo integral no projeto do GNU.

Esta iniciativa resultou no registro em um cartório de Boston, em 4 de outubro de 1985, da “Free Software Foundation” (FSF), Fundação para o Software Livre, uma entidade sem fins lucrativos, que foi fundamentada juridicamente com a redação de uma licença pública.


Se desejar subscrever o boletim da "Free Software Foundation" (em inglês),
acesse acima e insira o seu e-mail no local adequado.


Em 1991, quando Linus Torvalds publicou a versão gratuita do “kernel” Linux, esse kernel logo começou a ser muito utilizado, embora oficialmente a fundação ainda esteja desenvolvendo o seu próprio sistema operacional.

Evidentemente, quem produz a informação aprende e recebe muito mais informação do que cria, pois se baseia em todo o conhecimento já existente, desde a sua própria língua, o alfabeto, os números...

Isso se torna óbvio quando se constata que cada programador cria apenas algumas linhas sobre milhões de instruções em código que outros já produziram antes.

Atualmente, excetuando-se poucos funcionários que recebem salários relativamente baixos da fundação, a maioria dos desenvolvedores é composta por programadores ligados a empresas e universidades, que contribuem voluntariamente para o projeto.

A fundação tem como objetivo não só a eliminação de restrições sobre a cópia, mas sobre a redistribuição, o entendimento e a modificação de obras. Esse rompimento de monopólios deve ser feito por meio de um empreendimento coletivo e, em grande parte, voluntário.

Portanto, para entender o conceito, deve-se pensar em "liberdade de expressão", não em "almoço grátis".

Ou seja, "Software Livre" é uma questão de liberdade, não de preço.

Essa ideia, que hoje se espalha por todo o mundo, atingindo outros tipos de conteúdos, como os artísticos, literários, musicais, científicos e jornalísticos, é parte do movimento pela cultura livre, "free culture", que abrange todos os produtos culturais, como textos, imagens, vídeos (livros, fotografias, pinturas, e cinema) pregando a reprodução e modificação livres para qualquer usuário.



Imagem: Gnu


Entretanto, em nosso país, é importante conhecer e participar da rede Software Livre Brasil.


Vídeo: Episódio 002 O projeto GNU
http://www.kretcheu.com.br/?p=40 ou http://www.youtube.com/watch?v=w8GBA4lpee0 (acessado em 2/11/2009)
(Projeto GNU, um sistema operacional completamente livre.) (topo)


Sobre livre e grátis


Se desejar saber a diferença entre Livre e Grátis de um jeito gostoso e poético, que utiliza um cordel, clique na imagem a seguir. ou no endereço abaixo:




Cordel: Do livre e do Grátis

http://www.ufpa.br/dicas/linux/li-ligra.htm  ( acessado em 3/2/2011)
( Autor: Cárlisson Galdino - @carlisson )

Imagem: Do livre e do Grátis
Retirada de http://www.carlissongaldino.com.br/cordel/do-livre-e-do-gr%C3%A1tis (acessado em 03/03/2011) (topo)


Licença GPL


Um programa assim como qualquer outra obra, artística, literária, ou tecnológica, é criado por um autor ou até alguns autores.

Os direitos autorais sobre a ideia ou originalidade da obra são firmados por meio de uma licença.

Esses direitos incluem o uso, a distribuição e a possibilidade de reprodução, ou seja, de cópia da obra.

Stallman foi o pioneiro na difusão das ideias sobre software livre, não somente como uma questão econômica, mas como um movimento social, com profundas implicações políticas e culturais.

Para proteger a liberdade dos usuários do sistema GNU / Linux, Stallman criou a licença GPL ( General Public License ). É uma licença para garantir as liberdades do usuário, portanto subverte a relação de poder em que um usuário fica submisso à um fornecedor de software.

Essa licença objetiva garantir que todos tenham o direito de usar, copiar, modificar e distribuir o programa. e que ninguém se apodere dele. Isto é, o software (e seu uso) é livre.

Para garantir que o programa permaneça livre, mesmo se for modificado, a GPL determina que programas derivados de um software livre só podem ser liberados se tiverem a mesma licença.

Mais tarde, se o programador original decidir fechar o código do programa, outro programador poderá continuar mantendo o programa livre, reiniciando o seu desenvolvimento, começando pela última versão que foi licenciada como GPL.

Essa licença permitiu que os programadores pudessem liberar seus trabalhos para o público, sem medo que seu código fosse apropriado por alguma empresa e, ao mesmo tempo, assegurando que ele ficaria livre para sempre.

Ou seja, ninguém pode se apropriar do software, que pertence à comunidade. 

Softwares que não são livres são chamados de proprietários. As empresas que os desenvolvem são as únicas que possuem seu código fonte. Assim, apenas elas podem modificar o programa e distribuí-lo.



Copyleft


Stallman desenvolveu, ao longo dos anos, o conceito de Copyleft.
 
Esse termo - Copyleft - surgiu em uma carta de um amigo que havia escrito:

"Copyleft: all rights reversed" (Esquerdos autorais: todos os direitos invertidos),

contrapondo-se à nota que é encontrada em muitas obras:

"Copyright: all rights reserved" (Direitos autorais: todos os direitos reservados).

O modo mais comum de distribuição de software livre é anexar ao programa uma licença de software, e tornar o código fonte do programa disponível.

O Copyleft ou Licença de Documentação Livre, baseia-se em diferentes tipos de licenças que permitem ao autor estabelecer os usos de sua obra, garantindo o reconhecimento de sua produção e autoria.

O autor abdica dos direitos de propriedade em favor da livre circulação das criações intelectuais, pois o Copyleft encara os utilizadores de conteúdo como potenciais criadores. A licença permite a livre cópia, divulgação, a modificação do original, e torna possível a difusão do conteúdo para um maior número de pessoas.

No vídeo a seguir, que comemora um encontro anual, o "Software Freedom Day", Stallman esclarece mais sobre software livre:



Vídeo: Software Freedom Day
http://www.youtube.com/watch?v=L_tWiJ9GXQM (acessado em 17/09/2011)
(Vídeo de Richard Stallman sobre o Dia da Liberdade de Software)  (topo)



Quatro liberdades


Para garantir a liberdade de software a GPL contempla quatro liberdades:

liberdade 0: pode-se executar o programa, para qualquer propósito,

liberdade 1: pode-se estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as próprias necessidades,

liberdade 2: pode-se redistribuir cópias a quem as deseje e

liberdade 3: pode-se aperfeiçoar o programa, e liberar os aperfeiçoamentos, para que toda a comunidade se beneficie.

Evidentemente, o acesso ao código fonte é um pré-requisito para as liberdades 1 e 3.

A licença garante a livre distribuição e modificação das obras e, em contrapartida, as novas distribuições ficam vinculadas à mesma licença. Assim, um programador pode modificar um programa livre, mas necessariamente o novo programa resultante destas modificações deve ser distribuído nos mesmos termos da GPL. A pessoa que copia e aprimora um programa livre, fruto de esforços coletivos voluntários, deve respeitar a condição de manter as suas características: o direito de rodar livremente, de modificar livremente e de copiar livremente.

Ou seja, a licença não permite que, a partir do produto base, alguém faça uma alteração, e o patenteie sob uma licença “Copyright” e o venda sob essa licença. Se for feita alguma alteração, a obra tem que ser liberada para a sociedade de acordo com a mesma licença e, se a obra for modificada e comercializada, existe a obrigação de referenciar o(s) autor(es) original(is).

Evidentemente, corre-se risco de apropriação em países onde não existe legislação específica para este tipo de licença e onde alguém pode simplesmente se apoderar de uma obra e registrá-la em seu nome. Isto é, corre-se exatamente o mesmo risco relativo ao Copyright: se houver uma utilização indevida da obra sem conhecimento do respectivo autor, esse deverá iniciar um processo legal contra o infrator, seja qual for a licença do produto.

Note-se que o objetivo não é acabar com os direitos de autoria. O que as licenças de Copyleft propõem é divulgar uma alternativa legal ao atual sistema monopolista de propriedade de direitos intelectuais.

Aliás, à medida que a tecnologia aumenta a facilidade de cópia transforma o Copyright em algo quase inútil. Como todos sabem, as violações de licença e as cópias sem autorização são extremamente frequentes. Assim, se assumirmos que é quase impossível evitar tais ações, provavelmente conseguiremos proteger muito mais a autoria com uma licença Copyleft.

Ressalte-se que, tanto como a população em geral, muitos criadores não conhecem essas licenças corretamente e sujeitam-se à lógica dominante apenas por desconhecerem outras alternativas.

Importante é notar que a licença Copyleft não impede a comercialização da obra, desde que a empresa permita a sua livre distribuição e modificação.

Por exemplo, uma editora pode editar e vender uma obra distribuída na Internet sob Copyleft, de maneira semelhante às obras que já estão sob domínio público. Mas, como a licença não permite ações monopolistas, não poderá impedir que outra editora o publique ou que uma pessoa copie o livro impresso por qualquer meio.

Assim sendo, a liberdade de utilizar um programa é dar liberdade para qualquer tipo de pessoa ( física ou jurídica ) usar o software em qualquer tipo de trabalho ou atividade, em qualquer tipo de sistema computacional, não sendo necessário comunicar nada ou pedir permissão ao desenvolvedor ou a qualquer outra entidade em especial.

É importante notar que um software livre sem copyleft pode ser fechado (como aqueles que tem licença BSD), enquanto um programa livre com Copyleft obriga o uso da mesma licença (ou compatível) caso seja distribuído. Assim a GNU GPL é uma licença de Software Livre com Copyleft.

Resumindo: Um programa é livre quando, sem pedir ou pagar por permissão, pode-se:

redistribuir cópias, com ou sem modificações, gratuitamente ou cobrando uma taxa pela distribuição, para qualquer pessoa e em qualquer lugar;

efetuar modificações e utilizá-las particularmente no trabalho ou lazer, publicando-as ou não. Se decidir publicá-las não há necessidade de avisar a ninguém em particular, ou de nenhum modo especial;

se a linguagem de programação permitir, na redistribuição de cópias deve-se incluir formas binárias ou executáveis do programa. Mas sempre o código-fonte deverá ser disponibilizado, tanto para as versões originais quanto para as modificadas. O acesso ao código-fonte é uma condição necessária ao software livre.



Vídeo: O que é software Livre (massinha) com trilha sonora, locução e texto aprimorados.
http://www.youtube.com/watch?v=4QxjSuPZuFY (acessado em 26/10/2009) (topo)  


Características dos programas com licença GPL



Software Livre:

socialmente justo, tecnicamente viável e economicamente sustentável.

Não há custos maquiados - realmente não há qualquer preço a ser pago.

Não há propagandas - não é requerido que se veja propagandas para usar o programa.

Não há programas espiões ( spyware ) - não tentará coletar informações pessoais ou sobre o modo como usa o seu computador.

Não há comportamentos intrusivos - não tentará instalar ou criar atalhos para "softwares parceiros", nem colocará mais atalhos em seus Bookmarks ( Favoritos ) para links não-requisitados de sites comerciais.

Pode-se usar quantas cópias desejar. Pode-se copiá-lo para diferentes computadores.

Ou seja, na verdade, desde que não se redistribua cópias modificadas do programa, e/ou sem indicação de autoria, não há restrições sobre o que poderá fazer com o programa.

É importante lembrar que a grande força do software livre está no enorme potencial de cooperação para depuração coletiva, já que centenas de pessoas em todos os países podem testar, modificar e/ou sugerir. Esse potencial é capaz de neutralizar pressões mercadológicas, políticas e de marketing. (topo) 


Estímulo ao criador


A recompensa financeira seria o único e o melhor estímulo que se pode dar para o desenvolvimento do saber, da cultura e da tecnologia?

A resposta, evidentemente, é uma negativa. Um talento é um dom.

E, aparentemente, os talentosos são movidos para a prática intelectual pelo desejo de se distinguirem, de auxiliar a comunidade, pela expectativa do reconhecimento, em vida ou póstumo, ou, simplesmente, pelo amor pela sua arte.

Deve-se lembrar que todos sempre fomos beneficiados por ideias alheias.

Por exemplo, imagine que o nosso alfabeto fosse patenteado. Não se poderia escrever ou ler sem pagar para usá-lo. E o alfabeto provém do criação de muitas pessoas, inclusive separadas no tempo e no espaço, que o criaram e melhoraram até se tornar no que é hoje. A quem se deveria pagar?

Aqui é que entra a instituição do "Copyright". Quando a propriedade intelectual foi concebida no final do século XVIII, sua finalidade era conceder ao detentor do direito a exclusividade sobre a exploração comercial de sua obra, de forma que quem quisesse ler o livro que tinha escrito ou escutar a música que tinha composto, teria que pagar a ele.

Entretanto, se só o detentor dos direitos de cópia poderá explorar os benefícios da obra, cabem algumas perguntas:

Até que ponto a introdução do direito de propriedade intelectual, ao invés de promover, termina por constranger o progresso do saber, da cultura e da tecnologia?

Por quanto tempo o autor terá acesso exclusivo a esse bem? Evidentemente, se a duração do direito for longa demais, pode-se dificultar o aproveitamento social da criação. Por exemplo, em 1710, a primeira lei inglesa sobre direitos autorais deu ao criador o direito exclusivo sobre um livro por 14 anos, com direito a renovação por mais 14 anos, desde que o autor estivesse vivo quando o período inicial expirasse.

A propriedade intelectual favorece o capitalismo? A resposta é não. Deve-se lembrar aqui que o capitalismo pressupõe concorrência e tanto patentes, copyrights como marcas, são monopólios garantidos pelo estado, ou seja, são práticas severamente anticapitalistas.

Portanto, é necessário atingir um ponto de equilíbrio entre o estímulo à criação e o interesse social em usufruir o resultado da criação.


Voltando à questão inicial, os talentosos devem ser remunerados por suas contribuições?

Acredito que a absoluta maioria das pessoas concorda que é correto e é necessário estimular materialmente o criador. Para que eles possam criar mais, inclusive.

Mas um problema, evidentemente, é que a obra pode necessitar de um meio físico para ser divulgada. Por exemplo, durante séculos os livros foram utilizados para divulgação de poesia e prosa sobre todos os assuntos pelos quais a humanidade se interessou.

E é claro que a venda dos livros sempre beneficiou muito mais o detentor do meio de reprodução da obra, em geral, o editor, do que a pessoa efetivamente criadora, o autor. É o mesmo tipo de problema que ocorre com cantores, compositores, conjuntos musicais e as gravadoras de CDs / DVDs e as gravadoras.

Entretanto, a cópia eletrônica de arquivos digitais eliminou a necessidade de meios físicos. Faz-se um download e o arquivo é copiado sem necessidade de intermediários, de "atravessadores".

Obviamente, o monopólio do direito de cópia, exercido por exemplo pelos editores ou pelas gravadoras - que querem vender cópias ao maior preço - é contrário ao interesse do autor, em ter sua obra divulgada para o maior número possível de pessoas.

A livre divulgação da obra em meio digital em geral é muito benéfica ao autor pois, além de servir como ponto de venda da obra diretamente ao consumidor, retirando os intermediários da transação, lhe dá grande visibilidade, prestígio e o valoriza como um bom profissional no mercado.

Este prestígio social deve garantir a oferta de novos trabalhos por encomenda, inclusive na forma de palestras e shows que remunerarão seu trabalho intelectual. Assim, o Copyleft privilegia o autor em detrimento do interesse das empresas.

Portanto, o modelo de negócios de editoras e gravadoras, ou seja, a fabricação e venda de cópias da obra de um criador, de um produto cultural que é protegido por leis monopolistas tornou-se inadequado e não competitivo perante os avanços que a tecnologia propiciou.


Como premiar o criador?

Porém, é óbvio que deve-se desenvolver uma maneira de premiar as boas ideias, sem limitar a criação, nem dar a exclusividade da fabricação de algum tipo de cópia (exemplos: livros, CDs, DVDs) para um empreendedor monopolista.

Evidentemente a própria apresentação da obra deve ser o foco. Apresentações artísticas sempre tem sido apreciadas mundo afora. Seminários, conferências, palestras tem sido usados para dar conhecimento e reverenciar autores. Concursos também podem ser uma boa maneira de premiar ideias.


Se desejar mais detalhes sobre esse assunto:

Texto: Afinal, o que é o cibercrime?

Em dicas-L ou em scribd ou em Meganão

  (topo)



Projeto GNU e código livre


O objetivo do projeto GNU era (e ainda é) criar um sistema operacional completo, inspirado e compatível com o sistema UNIX, mas, diferentemente desse, não proprietário.

Vem daí o trocadilho no nome: GNU is Not Unix (GNU não é UNIX).

Evidentemente, os programas que fizerem parte do sistema devem ter código-fonte livre.

Se desejar mais detalhes sobre esse assunto:

Texto: História: Unix, Software Livre e Linux

É importante lembrar que o código-fonte é o próprio software, ou seja, é uma estrutura lógica com uma sequência de comandos, em alguma linguagem de programação, no qual o programa foi desenvolvido, em geral em uma linguagem de alto nível (por exemplo em C, Cobol, Java), sendo diferente do código binário, o código diretamente lido pelo equipamento.

Assim, quando se diz que o código de um programa é livre, não se está falando de preços, mas que o código fonte é livre, que outros desenvolvedores poderão executar, conhecer, estudar, adaptar, corrigir, copiar, modificar, melhorar e redistribuir o código do programa.

Inclusive, é importante lembrar que não é apenas o controle; Software proprietário é, tipicamente, cheio de malwares, programas  que espiam, restringem e que não deixam executar arquivos.

Após vários anos de trabalho de muitas pessoas o projeto GNU é o responsável por quase todas as ferramentas que tornaram um sistema Unix livre possível.

Portanto, o movimento do software livre faz campanha pela liberdade dos usuários, como uma questão de justiça. O não-movimento "open source" não faz nenhuma campanha.

Em resumo, o software livre é tanto uma filosofia como um modelo de licenciamento. “O software livre não é software grátis e preço não é a questão”, disse Stallman. “A liberdade é o que importa.”





Vídeo: Feliz Aniversário GNU! (Com legendas em português)
http://www.youtube.com/watch?v=0iXnvabj88M (acessado novamente em 20/09/2009)

Texto:
http://www.gnu.org/fry/happy-birthday-to-gnu-portugese.srt

Stephen Fry
dá os parabéns ao GNU pelo seu 25o aniversário. Originalmente publicado em: http://www.gnu.org/fry/. Licensed under a Creative Commons Attribution-No Derivative Works 3.0 United States License.
(topo)



Vídeo: Software Livre: apresentação
http://br.youtube.com/watch?v=IJrfcQq_eIw (acessado novamente em 20/09/2009)
(Video sobre software livre produzido pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação - ITI.) (topo)


Vantagens do mundo livre


Software livre
significa mais do que somente estar disponível a custo zero, o qual até pode não ser zero. As pessoas devem ser livres para usar os programas como desejarem. De todos os modos que sejam "socialmente úteis".

Como o código que faz o software livre está disponível para qualquer pessoa, em qualquer momento e em qualquer parte do mundo, copiar, modificar, consertar, e usar de qualquer maneira há vantagens técnicas:

Resposta rápida para possíveis falhas

Como o código fonte do software livre está disponível para qualquer pessoa, em qualquer momento e em qualquer parte do mundo, pode-se copiar, modificar, consertar, e usar como desejar, existem muitas vantagens técnicas.

Lança-se versões ainda instáveis do programa. Muitas pessoas podem auditar o código e procurar falhas de implementação, ou seja, é o código livre para ser estudado e modificado pela comunidade, com muitas cabeças pensando e várias soluções sendo testadas ("Brain Storm").

Paralelamente, se houver erros ou algo nocivo ao usuário no software, a própria comunidade

- apontará o problema,
- modificará o código e
- avisará em qual versão foi removido o erro ou um programa invasor.

Assim, tudo vai sendo auditado e testado, até se chegar a um código estável,

- sem erros, que funcione bem, cumprindo o objetivo,
- pronto para ser usado pelo público em geral,
- em equipamentos de diferentes marcas e modelos.
- sem invasores, sem backdoors, com muito menor possibilidade de vigilância.

E isso é muito diferente de programas proprietários, em que devemos confiar cegamente que as empresas estão consertando problemas e não Utilizando /Vendendo nossos dados.

Portanto, um programa livre tem

- alta qualidade técnica, já que é submetido a um processo de desenvolvimento, semelhante à seleção natural: é testado por muitas pessoas em diferentes hardwares, então, as boas soluções sobrevivem e as ruins perecem;

- correção rápida de problemas que eventualmente aconteçam. Assim, em um curto período de tempo, o sistema fica mais seguro e estável.

Proteção contra vigilância

Uma empresa pode tornar um programa malicioso de três maneiras:

- coletar dados, e enviar para quem os comprou,
- abrir uma porta dos fundos ( backdoor ) e
- impor restrições de uso aos formatos.

Quando se verifica o código pode-se ver se informações estão sendo enviadas para algum site, ou se há programas invasores embutidos e pode-se corrigir os programas.

Os programas da MS, a Amazon, as redes sociais centralizadas fazem as 3 ações.

A maioria dos dispositivos móveis tem uma backdoor e se torna um aparelho de escuta.

O software livre não faz essas ações. E pode corrigí-las se as encontrar.

Favorecimento à criação, à inovação

O software livre é ideal para ser utilizado em instituições de ensino, pois favorece uma educação criadora, em que os alunos são incentivados a estudar e a modificar programas existentes, preparando-se para criar novos softwares.

Queremos estudantes que possam criar ou que apenas possam usar e repetir? Que ensino é esse que só forma repetidores e meros utilizadores de produtos prontos?

Os alunos deixam de ser usuários comuns, que, meramente, aprendem a utilizar, copiar algum programa e passam a não ser submissos aos monopólios e ao consumismo. Podem começar a construir o futuro, através da criação/ inovação.

Usar Software Livre é uma das melhores providências que podemos tomar para estimular a educação criadora.
 
Qualquer pessoa pode contribuir

Quando os programas são desenvolvidos, o trabalho de outras pessoas pode ser reutilizado e continuado, inclusive contando de sugestões de não programadores.

 Assim, o desenvolvimento do software pode ser eficiente e rápido, pois pode-se copiar e modificar o código do programa a qualquer momento, de qualquer lugar, testando as ideias que aparecerem. Sem pedir autorizações, sem aguardar burocracias e sem qualquer custo.

A única preocupação ocorre ao distribuir o programa modificado. Deve-se respeitar a licença. É importante saber que, para tornar a autorização de uso bem explicitada foram criados vários tipos de licença, pela "Creative commons."


O programador tem mais liberdade

O programador pode desenvolver o que desejar fazer, quando e quanto puder e quiser, sem necessidade de pedir autorização, sem infringir nenhuma licença. O programador que se esforçar em seus estudos e práticas e desenvolver algo bom, rapidamente ganha confiança e pode ser chamado para outros projetos.


Incentivo à pequenas e médias empresas locais

Qualquer empresa pode oferecer serviços e começar a trabalhar com produtos livres com total liberdade. Poderá instalar programas e treinar pessoal, por exemplo. Sem precisar pagar para uma matriz, a empresa local pode investir mais em si mesma e talvez até começar a desenvolver códigos, junto com a empresa criadora.  (topo)


Apresentação

Se desejar ver um resumo (incompleto) sobre esse assunto:

Apresentação: Com Software livre você pode!

copie o arquivo odp, comprimido em formato zip
com-SL-vc-pode.odp.zip

copie o arquivo em pdf
com-SL-vc-pode.pdf



Software livre e Open Source


A liberdade do software livre se refere ao código ser livre, ou seja, um programa é software livre quando pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição. Conceitualmente, tal liberdade se opõe ao software proprietário, mas não ao software comercial, que é vendido almejando lucro.

Entretanto, o conceito "código aberto" (em inglês "open source") foi criado pela OSI (Open Source Initiative), entidade cuja criação foi proposta por Eric Raymond. Trata-se de software que é produzido colaborativamente.

O título "Open Source" surgiu em uma reunião em fevereiro de 1998, onde se encontravam Todd Anderson, Chris Peterson (Foresight Institute), Jon "Maddog" Hall e Larry Augustin (Linux International), Sam Ockman (Silicon Valley Linux User's Group) e Eric Raymond.

Qualquer licença livre é também uma licença Open Source, sendo que a diferença entre as duas nomenclaturas reside essencialmente na sua apresentação e na ideologia que as alicerçam.

Claramente, os defensores do movimento Open Source sustentam que o modelo colaborativo de produção intelectual é uma alternativa de modelo de negócios para a indústria de software, mas só se preocupam com argumentos de mercado: usabilidade, amigabilidade, produtividade, interface, aderência, escalabilidade... 

Assim, enquanto a FSF utiliza o conceito "Software Livre" dentro de um discurso baseado em questões éticas, de práticas de direitos e liberdade, o conceito "Código Aberto" é utilizado pela OSI sob um ponto de vista puramente técnico, pragmático, evitando questões éticas e ressaltando não as liberdades oferecidas pela licença, mas a alta qualidade técnica do software. O pessoal do código aberto, portanto, praticamente não se interessa por mudanças sociais.

Já o software livre é um caminho para uma nova sociedade, pois é profundamente transformador. Não só promove as liberdades, a criação, a inovação, mas estabelece condições de igualdade para a produção.

O código deixa de ser um patrimônio exclusivo de poucos. Passa a ser algo coletivo, a partir do qual todos podem produzir. É importante lembrar que o patrimônio de uma empresa livre não é um código sobre o qual mantenha controle. É a capacidade intelectual de seus funcionários, o bom atendimento que oferece aos seus clientes e a qualidade de seu trabalho.

Assim, há pontos comuns nos dois movimentos, o que possibilita muita confusão e, até, trabalho conjunto em muitos projetos. Algumas grandes empresas como IBM, HP, Intel e Dell também têm investido no software de código aberto, juntando esforços para a criação do Open Source Development Lab (OSDL), instituição destinada à criação de tecnologias de código aberto.

A abreviatura "FLOSS" (Free / Libre and Open Source Software) é uma forma para citar os dois movimentos, "Software Livre" e "Código Aberto", já que tratam dos mesmos programas, mesmo sob filosofias muito diferentes. (topo)



Vídeo: Íntegra da entrevista de Jon Maddog Hall [19/10/2009] - parte 1 by Roda Viva
http://www.youtube.com/watch?v=Wu7IaYWdwsI (acessado em 29/09/2014)

Continua em:

Íntegra da entrevista de Jon Maddog Hall - parte 2 by Roda Viva
http://www.youtube.com/watch?v=6tTIkYa8nko

Íntegra da entrevista de Jon Maddog Hall - parte 3 (FINAL) by Roda Viva
http://www.youtube.com/watch?v=ip_etS9tKJY

(topo)

Onde encontrar mais informação

Referências Bibliográficas - Vídeos - Imagens (topo)




Este "site", destinado prioritariamente aos alunos de Fátima Conti,

disponível sob FDL (Free Documentation Licence,
pretende auxiliar quem esteja começando a se interessar por internet,
computadores e programas, estando em permanente construção.
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Última alteração: 26 set 2017