Biometria
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População, Amostra e Amostragem
(Leitura complementar ao
capítulo
1)
Sumário
Amostragem
Erro amostral
Níveis de Mensuração das variáveis
População
e amostra
Tipos de amostragem
Variável
Variáveis qualitativas e quantitativas
População e amostra
Pode-se assim definir uma população (ou Universo)
em
Biologia: é
o conjunto de indivíduos de uma certa espécie,
que
ocupa uma certa área
em um determinado intervalo de
tempo.
em Estatística:
é a
totalidade de observações
individuais dentro de uma área de amostragem
delimitada no
espaço e no tempo, sobre as quais serão feitas
inferências.
Podemos, então, pensar que uma população consiste em um
conjunto de indivíduos que compartilham de,
pelo menos,
uma característica comum, seja ela a espécie, etnia, cidadania,
filiação a uma associação, matrícula em uma universidade ...
A população pode ser:
Infinita:
quando o
número de observações for infinito.
Exemplo: a população
constituída de todos os resultados (cara e coroa) em sucessivos lances
de uma moeda.
Finita:
quando
apresenta um número limitado de indivíduos.
Exemplo: a população
constituída por todos os copos de papel produzidos em uma indústria em
um dia.
Amostra
É muito difícil poder trabalhar com todos os elementos da população,
pois é comum termos pouco tempo e recursos.
Assim, geralmente, o
pesquisador só estuda um pequeno grupo de indivíduos retirados da
população, grupo esse que é chamado de amostra.
Uma amostra
estatística
consiste em um subconjunto representativo, ou seja,
em um
conjunto de indivíduos retirados de uma
população, a fim de que seu estudo estatístico possa fornecer
informações
importantes sobre aquela população.
Assim, analisando-se uma boa amostra chega-se a resultados que podem
ser imputados á população inteira.
É importante lembrar que:
A amostra é sempre finita.
Quanto maior for a amostra mais significativo é o estudo.
Deve-se notar
que os elementos amostrais podem ser:
Simples
(indivíduos)
ou
Coletivos
(famílias, irmandades,
colônias).
Para efetuar as observações individuais
toma-se a Menor Unidade Amostral:
Amostra |
M.U.A. |
Observação
individual |
1.
Peso de 100 ratos |
cada
rato |
Peso
de cada rato |
2.
Peso de 1 rato durante 1 mês |
um
rato |
Cada
pesagem do rato |
3.
Temperatura de formigueiros |
cada
formigueiro |
Cada
medição da temperatura |
(topo)
Parâmetro
É uma característica numérica estabelecida para toda uma população.
Asssim, é um valor
singular que
caracteriza a população. Exemplo:
A
média da
altura de alunos de uma certa turma é 1,72 cm.
Estimativa
É uma característica numérica estabelecida para uma amostra. É um
valor
aproximado do
parâmetro, sendo obtido a partir de medidas na amostra. (topo)
Amostragem
Como já foi dito, quando se realiza um
estudo quase
nunca é possível examinar todos os
elementos da
população em que se está interessado,
por motivos financeiros, ou por limite de tempo, ou
restrição
na locomoção para registro dos dados.
Mas, geralmente, pode-se trabalhar com o que é
acessível, ou
seja, com uma parte da população, que
deve apresentar a maioria das características
da
população.
Importante é lembrar que a tomada de
decisões sobre a população,
com base em
estudos feitos sobre os dados de uma amostra, constitui a problema
central da inferência estatística.
Assim, amostragem é o processo pelo
qual se obtém informação sobre um
todo (população), examinando-se apenas uma parte
do mesmo (amostra).
Felizmente,
a inferência estatística nos dá
elementos para
generalizar as conclusões obtidas da amostra para toda a
população.
Deve-se lembrar
que os erros de coleta e manuseio de um grande
número de
dados
podem ser maiores do que as imprecisões a que estamos
sujeitos
quando generalizamos, via inferência, as
conclusões de
uma amostra bem selecionada. Portanto, é incorreto pensar
que
seríamos mais precisos, se tivéssemos acesso a
todos os
elementos da população.
Entretanto, risco
é a margem de erro motivada pelo fato de se investigar
parcialmente (amostra) o universo (população).
Ressalte-se que quanto maior e mais
representativa for a amostra, mais forte é o argumento. Se
uma
amostra for insuficiente ou tendenciosa,
conclusões
retiradas a partir dela poderão ser totalmente
falsas.
Portanto, em um levantamento amostral deve-se:
Selecionar
a característica a ser pesquisada
Definir
cuidadosamente a população de interesse
Uma das maneiras de se conseguir representatividade é fazer
com que
o processo de escolha da amostra seja, de alguma
forma
aleatório, ou seja, totalmente ao
acaso.
Portanto, sempre que
se puder deve-se planejar o levantamento evitando a parcialidade
(vício) na
seleção. (topo)
Tipos de amostragem
Basicamente, existem
dois métodos para obtenção da amostra:
probabilístico ou não.
Nas amostragens não
probabilísticas os elementos são
escolhidos a esmo
ou intencionalmente. Esse tipo de amostragem algumas vezes procura
usar procedimento aleatório, mas sem um sorteio, ou seja,
sem
utilizar dispositivos aleatórios confiáveis. Exemplo:
escolher vizinhos ou amigos.
Entretanto, os resultados
da amostragem a esmo são, em geral, equivalentes aos de uma
amostragem probabilística desde que:
a
população
seja homogênea e
se
o amostrador não for
inconscientemente influenciado por alguma característica dos
elementos da amostra.
Nas amostragens probabilísticas
as unidades amostrais são escolhidas mediante mecanismos de
sorteio. Ou seja, são métodos em que a seleção dos indivíduos
da população é feita de forma a que todos
tenham as mesmas chances de participar da amostra.
Assim cada elemento da população possui
uma
certa probabilidade de ser selecionado a qual é a
mesma para todos os indivíduos. Se o tamanho da
população for N, a
probabilidade de um
indivíduo estar nela será 1/N.
De modo
geral, para garantir a busca da imparcialidade e representatividade
usadas no plano experimental, é preferível
escolher os
elementos que participarão da amostras aleatoriamente; ou
seja,
usando amostras probabilísticas.
Evidentemente, deve-se evitar o vício amostral,
que vem da
tendenciosidade
das informações. O vício ocorre quando
existe
uma tendência na seleção das unidades
amostrais,
favorecendo uma dada característica particular.
É
preciso ainda lembrar que, quanto à
extração dos
elementos, as amostras podem ser :
Com
reposição -
quando um elemento sorteado puder ser sorteado novamente.
Sem
reposição - quando o elemento sorteado puder
figurar
uma única vez na amostra. (topo)
Erro amostral
Por mais perfeita que uma amostra seja evidentemente ela sempre terá
diferenças, quando comparada à população.
Assim, quando se usa uma amostra, aceita-se uma margem de erro que é
chamada de "erro amostral".
Erro
Amostral é a diferença entre um resultado amostral e o
verdadeiro resultado populacional.
Resulta de flutuações
amostrais aleatórias. |
É importante lembrar que ocorrem erros não-amostrais quando:
Os
dados amostrais são coletados, registrados ou analisados
incorretamente,
Usa-se
um instrumento /equipamento defeituoso na realização
de mensurações,
Questionários ou formulários têm questões formuladas de modo
tendencioso.
Com relação aos erros amostrais é claro acontecem mais
frequentemente quando:
a amostra não reflete a população. Por exempo: a amostra tem mais
elementos de sexo feminino e a população tem mais de sexo masculino.
o
tamanho da amostra não é adequado. É fácil perceber que quanto maior o
tamanho da amostra, menor o erro
cometido e vice-versa. Assim, erro e tamanho da amostra seguem
sentidos
contrários. (topo)
Pesquisa "Experimental" x Pesquisa "Correlacional"
Considerando as variáveis a serem estudadas, há dois tipos
de pesquisas
empíricas:
correlacional:
em que o
pesquisador não influencia ( ou tenta não
influenciar )
nenhuma variável, mas apenas as mede e procura por
relações
(correlações) entre elas, como idade e tamanho.
experimental:
em que o pesquisador manipula algumas
variáveis
e então mede os efeitos desta
manipulação em
outras variáveis; por exemplo, aumentar artificialmente a
pressão sanguínea e, então,
registrar o
nível de colesterol.
Note-se que na análise de
dados em uma pesquisa experimental
também se calcula
a correlação entre as variáveis
manipuladas e as
que foram afetadas pela manipulação. Assim, os
dados
experimentais podem demonstrar conclusivamente
relações
causais (ou seja, relações de causa e efeito)
entre as
variáveis.
Exemplo: se o pesquisador descobrir que
sempre
que mudar a variável 1 a
variável 2
também se altera,
então poderá concluir que 1
influencia
2.
Paralelamente, em termos causais os dados de uma pesquisa
correlacional podem ser apenas "interpretados", com
base em outras teorias (não estatísticas) que o
pesquisador conheça, mas não podem
conclusivamente
provar causalidade. (topo)
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Última alteração: 8 nov 2011