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Paixão do Cristo
Não foi a cruz, nem foram os cravos, nem os
espinhos,
nem as chuçadas, nem os bofetões, nem os socos
vis,
nem os ditos acerbos, nem as humilhações,
nem o ridículo que magoaram e compungiram o Filho de Deus,
quando na Terra.
Foi amar sem ser amado;
querer o bem sem ser compreendido;
pregar a verdade sem ser acreditado,
pugnar pela justiça sem ser
atingido,
e exemplificar sem ser imitado.
A paixão de Jesus Cristo não se consumou
no
madeiro fincado no Calvário:
ela vem se consumando
através do tempo, à face do mundo.
Os seus algozes não foram os esbirros romanos,
que o conduziram ao
suplício;
não foram
tão pouco os filhos da populaça ignara,
que pululavam às portas do
palácio de Pilatos, exigindo sua
condenação.
Os algozes de Jesus foram, no passado, e são no
presente,
os falsos profetas, que, anunciando o reino
dos céus,
trataram e tratam de conquistar o reino do
mundo.
Os algozes de Jesus foram, no passado, e são no presente,
as autoridades venais, tiranas e
desonestas
que abusaram e abusam do
poder, escorchando o povo,
de quem se disseram, e se dizem defensores.
Os algozes de Jesus foram, no passado, e são no presente,
os hipócritas e charlatães que desvirtuaram e
desvirtuam as coisas boas e santas
em proveito dos seus ignóbeis interesses,
mistificando em nome do Senhor.
Os algozes de Jesus-Cristo foram, no passado, e são no
presente,
os egoístas, os orgulhosos, os bajuladores, os sensualistas,
os adúlteros, os jogadores, os intemperantes, os embusteiros.
Todo esse séqüito continua, hoje como ontem,
a
crucificar aquele que é o símbolo do amor, da
justiça, da verdade,
e cuja doutrina é o código da moral mais pura e
elevada
que imaginar se possa.
Feliz Páscoa!
Texto do livro "Nas Pegadas do
Mestre" - Vinícius).
Recebi de "Luciana Lins" em 2006.
Os arquivos de textos, imagens
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Última alteração: 3 abr 2010
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