Cântico II



Não sejas o de hoje.

Não suspires por ontens...

Não queiras ser o de amanhã.

Faze-te sem limites no tempo.

Vê a tua vida em todas as origens.

Em todas as existências.

Em todas as mortes.





E sabes que serás assim para sempre.

Não queiras marcar a tua passagem.

Ela prossegue.

É a passagem que se continua.

É a tua eternidade.

És tu.



Feliz aniversário!




Texto de Cecília Meireles. Recebi de "Felipão" em 2002.






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Última alteração: 30 nov 2013