Amélia de hoje


Amélia que era mulher de verdade.

Eu sou apenas uma mulher.

E gostaria de reinvindicar o direito de sê-lo.

Sou vaidosa.

Uso batom pra dar cor à minha vida.

Maquiagem para parecer mais bonita.

Não faço tudo com perfeição;.

Alguns fios de cabelo branco,

apesar de todas as tentativas para evitá-los,

aparecem.

Uso cremes pra retardar o envelhecimento

e se à noite tenho dores de cabeça

é porque me sinto cansada.

Nem sempre estou disponível e pronta

e cometo erros.

Me engano,

como qualquer outro ser humano normal.

Gosto de roupas, sapatos, jóias, perfumes e flores.

Um minuto de atenção me faz ganhar todo o dia.

Sou sensível, fraca, frágil.

Sou forte quando preciso.

Minha única busca:

o amor e tudo o que dele resulta,

crianças, trabalho, dia-a-dia e felicidade.

Mas vou além:

quero segurança,

andar de mãos dadas,

ser pega no colo

e ser chamada de rainha.

Minhas lágrimas me traem

quando menos espero.

E desespero.

Detesto a solidão,

a falta de atenção.

Sou impaciente

e não gosto de esperar.

Não quero ser objeto e nem ter dono.

Sou capaz, por mim mesma,

amando, de me entregar de todo

e ser fiel.

Sem amarras,

simplesmente por amor.

Posso ferir,

como todas as rosas.

Mas perfumo também,

dou encanto.

Ilumino o amor

como só as mulheres sabem fazer.

Compenso,

se assim posso dizer.

Há sempre um preço para a felicidade

e tocar nela é aceitar pagar esse preço.

Sou uma Amélia dos tempos modernos.

Mais independente,

sabendo o que quer.

E o que quero

é ser eu mesma.



Feliz Dia Internacional da mulher!





Texto de Letícia Thompson.
Recebi de "Suzy Valéria" em 2004






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Última alteração: 8 mar 2009