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Mães


"Como pode um homem saber o que é a vida de uma mulher?

A vida da mulher é muito diferente da do homem.

Deus ordenou que assim fosse.

O homem é o mesmo,
desde o momento da circuncisão
até o momento em que definha.
Ele é sempre o mesmo,
antes e depois de se unir
a uma mulher pela primeira vez.
Mas o dia em que uma mulher
experimenta o primeiro amor,
ela se parte em duas.

Nesse dia, torna-se outra mulher.
O homem permanece o mesmo
depois do primeiro amor.

A mulher é outra
depois do primeiro amor.

Isso continua acontecendo a vida toda.

O homem passa a vida com uma mulher
e vai-se embora.

Sua vida e seu corpo permanecem os mesmos.

A mulher concebe.

Como mãe, ela é uma pessoa diferente
da mulher que não tem filhos.

Ela carrega o fruto da noite
por nove meses em seu corpo.
Alguma coisa cresce.
Em sua vida,
cresce algo que nunca mais a deixará.

Ela é mãe.

Ela é e continua sendo mãe,
mesmo que seu filho morra,
mesmo que todos os seus filhos morram.

Isso porque uma vez carregou
a crianca dentro do coração.

Nem mesmo quando está morta.

Tudo isso o homem desconhece.

Ele não sabe de nada.

Não conhece a diferença que há antes do amor
e depois do amor,
antes da maternidade
e depois da maternidade.

Ele não pode saber.
Apenas uma mulher pode saber
e falar disso.

É por isso que não podemos aceitar
que nossos maridos nos digam o que fazer.

Uma mulher só pode fazer uma coisa.

Pode respeitar a si mesma.

Pode manter-se decente.

Ela sempre deve agir em conformidade
com a sua natureza.
Deve ser sempre virgem e sempre mãe.
Antes de cada relacionamento amoroso,

ela é virgem,
e depois de cada relacionamento amoroso,
é mãe.
É assim que se percebe se ela
é uma boa mulher ou não."



Feliz dia das mães!





Texto escrito por uma mulher nobre da Abissínia em 1899.
Foi citado por Jung em "Ensaios da Ciência Mitológica",
de sua autoria e de Kereni,
e que Barbara Black Koltuv também cita em "A tecelã".
Recebi de Fernanda Cardoso em 2000.






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Última alteração: 9 mai 2010